16/06/2022
Por: Airton Noé Araujo da Silveira. (Eng. ambiental)
Diversas fonte de comunicação divulgavam recentemente o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira. Eles estavam desaparecidos desde 5 de junho de 2022.
Estes dois homens tinham em comum em seus trabalhos, aspectos que buscavam formas de defender povos indígenas e a floresta.
Seus trabalhos voltados a preservação, iam contra diversos interesses de uma massa destrutiva composta por garimpeiros, caçadores ilegais, grileiros e demais indivíduos que estão na região amazônica, com o intuito de devastar o local, através da extração predatória e desordenada na região.
Assim como em outros casos que já ocorreram na região amazônica, aqueles que trabalham e desenvolvem pesquisas para ajudar na preservação das florestas e dos povos indígenas, são considerados inimigos daqueles que querem somente lucrar com a destruição do local.
As buscas aos desaparecidos foram conduzidas pelo Exército, a Marinha, e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Federal.
Imagem: Local das buscas do corpos de Bruno e Dom.
Fonte: Metrópoles
O pessoal do exército estava na região do Vale do Javari, com combatentes de selva da 16º Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Tefé (AM), efetuando as buscar pela região onde os desaparecidos tinham sido vistos recentemente.
Bruno e Dom percorriam a região do Vale do Javari. O brasileiro orientava moradores da região a denunciar irregularidades cometidas em reserva indígena — como pesca ilegal, mineração e exploração de madeira — e o jornalista estrangeiro acompanhava o trabalho para registrar em livro que pretendia escrever.
Fonte: Correio Braziliense
Desfecho do crime
Conforme o desaparecimento dos dois, seguiam as investigações, e a falta de resultados concretos, e ausência de comunicação com Bruno e Dom, apontava assim aspectos que possivelmente teria ocorrido um crime contra eles.
Devido aos aspectos dos trabalhos desenvolvidos por eles, que incomodavam muitas pessoas na região, obtiveram alguns inimigos em comum na região.
Nesta quarta-feira 15/06/22, o suspeito Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, confessou o crime e a polícia encontrou “remanescentes humanos” enterrados durante as buscas.
Fonte: G1
Imagem: Acusados do crime. Oseney e Amarildo.
Fonte: G1
A Polícia Federal prendeu duas pessoas: Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, de 41 anos e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, 41, conhecido como “Dos Santos”. Um deles apontou onde havia enterrado os corpos. Entretanto, novos suspeitos envolvidos na execução podem ser presos a qualquer momento.
Fonte: Metrópoles
Os corpos de Dom Phillips e de Bruno Araújo Pereira estão previstos para chegar em Brasília na noite de quinta-feira (16/6/22).
Os restos mortais deles foram encaminhados para Tabatinga (AM), onde vão passar pela perícia no Instituto de Criminalística da Polícia Federal.
Imagem: Restos mortais de Bruno e Dom, que foram encontrados.
Fonte: The Wall Street Journal.
Os corpos foram esquartejados e queimados, e posteriormente enterrados a 3,1 km em deslocamento para dentro da mata. O local onde foram localizados os restos dos corpos, é de difícil acesso dentro da floresta.
Repercussão
Vários meios de comunicação e entidades, se manifestaram em relação ao caso deste crime ocorrido na região amazônica.
A indignação e preocupação se espalham pelo mundo, ao perceber que a segurança e a lei, não são suficientes para aqueles que buscam alternativas para a preservação do meio ambiente.
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA), movimento indígena representativo dos povos que habitam na Terra Indígena Vale do Javari, divulgaram uma nota onde se solidarizam com a família das vítimas.
“Nos solidarizamos com as famílias de Bruno e Dom, nossos parceiros, expressando o nosso pesar e profunda tristeza diante dessa perda. Para nós, povos indígenas do Vale do Javari, é uma perda inestimável”, disse a UNIVAJA.
Fonte: G1
O Greenpeace também divulgou uma nota onde lamenta o crime. A entidade questiona as invasões e grilagem de territórios, garimpo e exploração ilegal de madeira que ocorrem na região sem ser impedidas de acontecer.
“Abandono e revolta. São esses os sentimentos que devastam todos nós que, daqui ou de fora da Amazônia, entregamos nossas vidas à defesa dessa floresta e de seus povos. Graças às ações e omissões de um governo comprometido com a economia da destruição, ficamos órfãos de dois grandes defensores da Amazônia e, ao mesmo tempo, reféns do crime organizado que hoje é soberano na região”, afirmou Danicley de Aguiar, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.
Fonte: G1
É com imensa tristeza que temos que enfrentar esta triste realidade, em que vemos estes crimes que ocorrem calando a boca daqueles que lutam em defesa do meio ambiente.
O trabalho desenvolvido por Bruno e Dom, são exemplos de dedicação e de conhecimento relativo as necessidades que o meio ambiente vem sofrendo, com as incansáveis agressões antrópicas.
Este é mais um caso que exemplifica como é a fragilidade da região amazônica, e seus povos originais.
Repudiamos qualquer tipo de agressão em relação a defensores do meio ambiente, que de alguma forma, contribuam com estudos, ações e demais iniciativas em prol da preservação ambiental e dos povos indígenas.
Nossos sentimentos aos familiares de Bruno e Dom, e que a justiça condene todos os envolvidos neste horrível crime.
Cabe a nós a indignação, e esperar que a justiça seja feita, e que em algum dia, um governo realmente coloque ordem na região, e que acabe de vez com estes crimes que inibem a defesa da Amazônia.
Ambientamais.
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