Até quando o tráfico de animais continuará com a destruição da biodiversidade?

15/07/2022

Por: Airton Noé Araujo da Silveira. (Eng. Ambiental)

O tráfico de animais é uma indústria criminosa que é muito lucrativa e generalizada.

Estima-se que mais de 2 bilhões de dólares são feitos anualmente com o comércio ilegal de animais no Brasil.

O comércio ilícito de animais inclui não apenas animais vivos, mas também partes de animais, como marfim ou chifres de rinoceronte, penas, peles, entre outras partes.

A principal causa do tráfico de animais, é a existência daqueles indivíduos que colaboram com a receptação e consumo dos produtos destes crimes.

Muitas pessoas não sabem ou não se importam, e acabam colaborando com este comércio ilegal e altamente prejudicial ao meio ambiente.

Isso dificulta muito os esforços internacionais para combater este tipo de comércio ilegal, que agride fortemente a biodiversidade em todo o mundo.

Caçadores ilegais estão matando elefantes e rinocerontes por suas presas e chifres, onças são mortas para aquisição de suas peles, aves para retirada de penas, entre outras atrocidades contra a fauna em geral.

Parte desta demanda por esses produtos ilegais de origens animais, vem da Ásia, onde é usado como símbolo de status ou para tratar problemas médicos.

Imagem: Os números do tráfico de animais.

Fonte: Arte / Ambientamais. Dados / Renctas

Na África, a caça furtiva levou a um aumento da pobreza entre as comunidades rurais, pois elas perdem seus recursos naturais que lhes forneciam alimentos, renda e oportunidades de emprego.

Na Ásia, quando as pessoas compram produtos de marfim ou chifre de rinoceronte, estão alimentando esse problema, incentivando mais a caça furtiva e o tráfico de animais.

O tráfico de animais é um comércio ilegal, e geralmente sustenta o uso destes seres vivos para fins de animais de estimação, alimentos, cativeiros para animais selvagens, decoração e artigos de moda.

No Brasil há uma proibição nacional contra o uso de animais silvestre em apresentações como as que ocorriam em circos, mas em outros países ainda há esta ocorrência.

Por muito anos em que eram permitidos, os usos de animais em circos, milhares de vidas selvagens foram ceifadas em nome do entretenimento no Brasil.

 

Conhecido por ser um crime organizado de lucro alto e de baixo risco, o comércio ilegal da vida selvagem vale pelo menos 19 biliões de dólares por ano, tornando-se o quarto maior comércio ilegal a nível global logo a seguir à contra facção, falsificação e tráfico de seres humanos. Fonte: WWF

O problema tem sido reconhecido por governos e organismos internacionais desde pelo menos o final do século XIX, mas permanece em grande parte sem controle.

A biopirataria é a exploração de plantas, animais e outros recursos biológicos de países em desenvolvimento pelos países desenvolvidos. Esta é uma ação que está ligada diretamente ao tráfico de animais.

O termo biopirataria, foi cunhado em 1980 para descrever a apropriação de material genético de povos indígenas para patenteá-lo e vendê-lo com lucro.

Este é um tema amplo, mas um dos exemplos mais comuns de biopirataria é quando cientistas de países desenvolvidos coletam amostras em florestas e matas de países em desenvolvimento para estudá-las e depois patenteá-las.

A biopirataria é uma forma de roubo e exploração da biodiversidade e dos recursos naturais. Em muitos casos, essa biopirataria é feita sem o conhecimento ou consentimento das pessoas que vivem nessas regiões afetadas.

As ações envolvidas com biopirataria podem ter consequências graves para o meio ambiente, animais e plantas que estão sendo explorados e para as pessoas que vivem nessas regiões.

Este ato de explorar recursos naturais para ganhos econômicos, em alguns casos também pode ser considerado como roubo de propriedade intelectual de povos indígenas.

Espécies invasoras em muitos casos, tem origem de procedimentos e atividades de tráfico de animais.

As espécies invasoras são aquelas plantas ou animais que foram introduzidos em um novo ambiente, no qual não são nativas, e acabam causando danos ao meio ambiente e a outras espécies nativas de determinada região.

Se essas espécies invasoras não forem controladas ou removidas, elas continuarão a se espalhar e causar mais danos ao novo ambiente em que foram introduzidas.

Considerando as espécies como nativas, ou invasoras, temos ainda que lembrar que todas por sua vez, tem seus direitos.

Os direitos dos animais são a ideia de que alguns, ou todos os animais não humanos, têm direito à posse de suas próprias vidas e que seus interesses mais básicos, como a necessidade de evitar o sofrimento, devem receber a mesma consideração que interesses semelhantes aos dos seres humanos. Fonte: Ufpel

O termo direitos dos animais também é frequentemente usado para se referir a um movimento que visa estabelecer algum grau de proteção legal para os animais, e considerando padrões de respeito a todas as formas de vidas animais.

 

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais, é um documento que foi criado em 1978, em Bruxelas na Bélgica, e considera que todos os animais, tem direitos.

Hoje, existe legislação em muitos países que protege os animais de maus-tratos e abusos.

Há também punições para quem infringir essas leis. Além disso, existem leis mais rígidas sobre crueldade animal em alguns países do que em outros.

Por exemplo, na Índia, você pode ser condenado à morte por abuso de animais, enquanto nos EUA você pode pegar apenas alguns anos de prisão ou uma pequena multa.

Os animais também são considerados pela lei quando se trata de seus direitos, como poder ter comida e água ou estar livre de cuidadores negligentes.

Considerando esta breve reflexão, é importante que cada cidadão reflita sobre seus próprios atos, e reveja se respeita realmente a vida dos demais serem que abitam este planeta, e verificar se de alguma forma está contribuindo a favor ou contra a biodiversidade.

É importantíssimo que se quebre o ciclo de compra e venda ilegal de seres vivos e certos derivados, para dar fim a esta destruição de milhares de vidas anualmente.

 

Para isso precisamos fiscalizações e leis rigorosas, políticas públicas para coibir ações ilegais, e acima de tudo, conscientização da nossa sociedade em geral.

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