Por: Airton Noé A. da Silveira. (Eng. ambiental)
15/04/2023
Ministros de meio ambiente, e de energia, que fazem parte do G7, se reúnem no Japão neste sábado e domingo, 15 e 16/04/2023, para ver possibilidades de conciliar a predominante dependência mundial de combustíveis fósseis, com a atual urgência de reduzir as emissões de carbono, para evitar o agravamento dos efeitos das mudanças climáticas.
O grupo denominado G-7, inclui a França, o Canadá, a Itália, a Alemanha, o Japão, Estados Unidos e o Reino Unido.
Esta reunião no Japão, na cidade de Sapporo, tem como seu principal objetivo, de achar um consenso sobre os melhores caminhos a seguir, antes da cúpula do G7 que ocorrerá em Hiroshima, em maio deste ano.
O ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, disse aos demais ministros logo no início da reunião, que estão enfrentando um desafio de impulsionar reformas no intuito de enfrentar as mudanças climáticas, e ao mesmo tempo, buscando formas de alcançar uma posição de segurança energética.
Durante a reunião deste sábado, John Kerry, representante especial do presidente dos EUA, para questões climáticas, disse que o G7 estava em uma posição forte para liderar, os esforços para limitar o aquecimento global. Concluiu dizendo, “Somos gratos pela liderança do Japão e do G7 este ano.”
Porém, os desentendimentos que ocorrem sobre a rapidez das ações na busca de reduzir as emissões de carbono, dificultam os esforços, principalmente em função da situação de conflitos armados na Europa, que agravou o sistema de segurança energética neste continente.
Esta cúpula que está em reunião em Sapporo, também se concentrará em temas como por exemplo, a perda de biodiversidade, e outros desafios globais sobre preservação ambiental.
No entanto, o principal tema da agenda desta reunião a portas fechadas, será as mudanças climáticas.
Na cúpula do G-7 em 2022, que ocorreu na Alemanha, os países estabeleceram metas comuns de alcançar, visando um fornecimento de energia totalmente sem emissões de gás carbônico, até 2035.
Funcionários dos EUA demonstraram forte apoio à estratégia do Japão que está centrada no carvão limpo, hidrogênio e na energia nuclear.
O chefe das Nações Unidas, fez um apelo recente, pelo fim da exploração de mais combustíveis fósseis, e que países ricos busquem abandonar o carvão, o petróleo e o gás, até 2040.
A aprovação do governo dos EUA, referente a iniciativas que ainda exploram combustíveis fósseis, como o projeto Willow no North Slope, que é rico em petróleo, na região do Alasca, recebeu críticas em função de seu impacto ambiental.
Também houve críticas em função de lembrarem de promessas do presidente Joe Biden, referentes a redução das emissões de carbono, e contextos de migração para energia limpa e sustentável.
Enquanto isso, nos campos agrícolas localizados no Japão, está se tornando cada vez comum, a presença mais painéis solares, no lugar de áreas de plantio.
Na costa do Japão, está avançando a instalação de mais grandes quantidades de turbinas eólicas, porém o país ainda espera que por volta de 60% de sua energia, ainda venha de combustíveis fósseis em 2030, com parcela de fontes renováveis, respondendo por até 38%.
O restante da energia que atenderia a demanda, seria de fontes provenientes de novos combustíveis, e também de energia nuclear.
Uma lei no Japão, ainda a ser promulgada, tem previsão de resultar a emissão de US$ 150 bilhões, em títulos, no intuito de ajudar a atrair US$ 1,1 trilhão, em investimentos públicos-privados, combinado fatores que promovam a diminuição das emissões de CO2.
Esta lei, também tem previsão de exigir que aconteça um sistema de precificação de carbono, para promover um sistema que faça com que as empresas poluidoras, paguem pelas suas emissões de carbono na atmosfera.
Ativistas ambientais, também relatam que este plano pode manter a exploração de energia nuclear, cada vez menor no país, e ao mesmo tempo em que enfatiza a transição para fontes energéticas de fontes renováveis.
“Enquanto o mundo tenta superar duas crises de clima e energia, especialmente no Japão, precisamos aumentar drasticamente as energias renováveis”, disse Takejiro Sueyoshi, co-representante da Japan Climate Initiative, uma organização não governamental de 768 empresas e organizações membros.
“As discussões no Japão retrocederam como se estivéssemos no século 20. Devemos abrir uma brecha no debate para empurrá-lo para a frente, e não para trás”, disse ele.
Fonte: Apnews
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