Por: Airton Noé A. da Silveira. (Eng. ambiental)
27/02/24
A restrição anunciada pelo Ibama em 23/02/24, limita o uso de agrotóxicos à base de tiametoxam, tóxicos para as abelhas, em culturas agrícolas pelo país.
A restrição decidida pelo Ibama proíbe a pulverização aérea e terrestre que não seja dirigida ao na direção do solo ou das plantas.
Os inseticidas que têm base de tiametoxam passaram por uma reavaliação em função de seu impacto sobre a vida das abelhas. Além de matar abelhas, este agrotóxico também elimina outros insetos que são importantes polinizadores.
Foi decidido que este agrotóxico não poderá mais ser aplicado por meio de aviões ou tratores.
A decisão de restringir o uso deste agrotóxico em diversos tipos de lavouras pelo país, acontece também em função da falta de informações e pesquisas sobre os impactos reais deste produto no meio ambiente.
A restrição do uso do agrotóxico com tiametoxam abrange lavouras que cultivam 10 tipos de alimentos como, por exemplo, cebola, batata, eucalipto, berinjela, entre outros.
Porém, em lavouras com outros 25 tipos de alimentos, que utilizam o agrotóxico nas sementes, ou com processo de esguicho direto ao solo, ainda é liberada a utilização do produto. Entre estes 25 alimentos cultivados, temos, por exemplo, trigo, milho, cevada, soja, entre outros.
A decisão do Ibama também reforça que os rótulos e bulas de agrotóxicos que contém tiametoxam, devem possuir avisos de toxicidade para abelhas, e mencionar as restrições de aplicação.
Os agrotóxicos que foram adquiridos até o momento da publicação do Ibama sobre a restrição, ainda podem ser utilizados até terminar os lotes adquiridos, respeitando também o prazo de validade.
Lembrando que o descumprimento destas regras estabelecidas pelo Ibama, sobre o agrotóxico em questão, compõe um crime ambiental.
O efeito do tiametoxam deste agrotóxico, age afetando o sistema nervoso central das abelhas, e desta forma causa uma desorientação que impede o retorno destes insetos para as suas colmeias, além de causar vários outros problemas de âmbitos digestivos, imunológicos e reprodutivos.
A metodologia empregada para criar a restrição, foi a de Avaliação de Risco Ambiental (ARA) para polinizadores.
A restrição do agrotóxico está detalhada no Manual de Avaliação de Risco Ambiental de agrotóxicos para abelhas, e visa proteger estes insetos que prestam importantes serviços ecossistêmicos.
O Ibama também restringiu, em janeiro deste ano, o uso do agrotóxico com fipronil, que também é outra substância tóxica para as abelhas. A medida do Ibama é referente a pulverização não dirigida ao solo ou às plantas, e desta forma fica vetada em todo o território nacional esta prática.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Visualizações 0