Por: Airton Noé A. da Silveira. (Eng. ambiental)
23/02/24
Compreendo a importância de terapias ecológicas para os mais diversos tipos de necessidades, podemos considerar também estas alternativas para indivíduos com transtorno do espectro do autismo (TEA).
Estas alternativas ecológicas, além de serem benéficas para as pessoas, são sustentáveis para o meio ambiente.
As terapias baseadas na natureza podem contar como, por exemplo, com exposições a ambientes naturais, como jardins, parques, ou áreas de preservação, e podem trazer benefícios significativos para pessoas com autismo em função que a integração com a natureza pode impactar no desenvolvimento destes indivíduos.
Terapias ecológicas, com o uso de hortas para esta finalidade, podem ajudar a reduzir o estresse, melhorando o humor e auxiliando nas interações sociais.
Estas terapias podem criar ambientes calmos e agradáveis, que auxiliam na criação de uma ligação com a natureza, e ajudam a promover uma sensação de bem-estar e tranquilidade.
A seguir abordaremos sobre algumas terapias ecológicas que podem auxiliar positivamente as pessoas autistas.
Terapias assistidas por animais (TAA)
Estes tipos de interações com animais, como, por exemplo, com cavalos ou cães, auxiliam a criar momentos de comunicação e tranquilidade emocional.
Isso também pode ajudar indivíduos autistas a melhorarem questões ligadas a habilidades sociais e funções de comunicação.
Este tipo de terapia também auxilia na compreensão do sentido de responsabilidade com os seres vivos e formas de trabalhar e entender melhor o que é empatia.
Jardins terapêuticos
Existem jardins projetados com elementos sensoriais e são organizados para oferecer uma experiência multissensorial, e desta forma pode proporcionar vários benefícios a indivíduos com autismo.
Nestes locais podemos encontrar recursos como, por exemplo, plantas com texturas diversas e aromáticas, que podem proporcionar momentos para trabalhar o relaxamento e o bem-estar emocional.
Estes jardins também servem como espaços inclusivos para atividades físicas, e para promover a socialização em locais ao ar livre e mais próximos da natureza.
Atividades artísticas baseadas na natureza
Incentivar a participação em atividades criativas e ecológicas, como, por exemplo, artesanato com elementos da natureza como folhas e flores, pinturas retratando elementos naturais, ou também práticas de fotografia da natureza, podem ser alternativas terapêuticas para pessoas com autismo.
Por meio da apreciação do meio ambiente, e da criação de práticas que ajudam a trabalhar os sentidos, compreendendo e manuseando elementos naturais, ocorre a promoção de momentos que ajudam a relaxar e facilitam iniciar diálogos sobre temas positivos.
Recreação terapêutica de aventura e ao ar livre
A inclusão de pessoas com autismo em atividades recreativas ao ar livre, como caminhadas e camping, pode servir como momentos terapêuticos para estas pessoas.
Atividades que podem promover aventuras ao ar livre ajudam no desenvolvimento da aptidão física, e na construção de confiança de passar mais tempo em ambientes naturais.
Programas de terapias de aventura podem ser adaptados às necessidades de pessoas autistas, oferecendo oportunidades de desenvolver a comunicação por meio de conexões sociais com a integração da educação ambiental.
Ambientes educacionais que utilizam espaços naturais
A incorporação de espaços verdes como trilhas e jardins naturais, quando incluídos em ambientes educacionais, ajudam muito a apoiar a aprendizagem, trazendo um ambiente mais acolhedor e amigável para alunos autistas.
Ambientes ao ar livre de entidades de ensino, podem oferecer oportunidades para experiências sensoriais, e aprendizagem sobre comunicação integrada com aspectos ecológicos.
Atividades baseadas na natureza, incluídas em ambientes educacionais, podem promover a consciência ecológica combinada com ambientes mais tranquilos, que ajudam a trabalhar questões emocionais e comportamentais.
Considerando a utilização destas alternativas que possuem aspectos terapêuticos, podemos estimar alguns importantes benefícios decorrentes destas atividades que incluem elementos ecológicos para indivíduos autistas.
A seguir abordaremos sobre alguns benefícios que estas terapias podem proporcionar para o desenvolvimento deste público:
Auxílio na regulação sensorial
Muitas pessoas com autismo, podem apresentar aspectos de sensibilidade sensorial ou comportamentos de busca por equilíbrio sensorial.
Por isso, estas terapias baseadas na natureza são importantes em função que podem proporcionar diversas experiências sensoriais, como, por exemplo, com a interação de texturas de plantas diversas, ou ao sentir a sensação de tocar a grama com os pés.
A interação e o envolvimento com esses estímulos naturais são alternativas que podem ajudar a equilibrar o comportamento sensorial, melhorando as habilidades e a coordenação motora.
Melhorias no desenvolvimento de aptidões sociais
Conforme estas terapias envolvem aspectos baseados na natureza, quando são desenvolvidas em ambientes com grupos de indivíduos, resulta em oportunidades para interações sociais que estimulam a comunicação.
Interações que acontecem em função de atividades em grupos, em jardins terapêuticos ou em atividades recreativas em ambientes ao ar livre, ajuda os indivíduos autistas a desenvolverem habilidades sociais como a comunicação e a cooperação.
Ambientes naturais que promovem o relaxamento também podem diminuir a ansiedade e auxiliar na criação de conexões mais relevantes e significativas entre os envolvidos.
Promoção do bem-estar emocional e psicológico
Passar mais tempo em contato com a natureza é um conhecido método que auxilia na redução do estresse, da ansiedade e da depressão.
Considerando esta importante alternativa, é muito interessante adotar formas de unir as necessidades individuais das pessoas com autismo, com fatores naturais que podem proporcionar resultados terapêuticos positivos para estes indivíduos.
Por meio de terapias ecológicas em ambientes naturais que são calmantes e estimulantes, os autistas podem relaxar regulando melhor as suas emoções.
Melhorias na saúde física dos envolvidos
As atividades ao ar livre também ajudam a promover o preparo físico e a coordenação motora de indivíduos autistas.
Isso pode ocorrer em momentos explorando trilhas naturais, praticando atividade ao ar livre como jardinagem ou também em atividades assistidas por animais. Os indivíduos podem envolver-se em experiências e atividades de movimento sensorial que ajudam no seu desenvolvimento físico.
Lembrando que para obter bons resultados, é preciso uma certa frequência de atividades físicas regulares em ambientes naturais, para melhorar os padrões corporais, e da saúde em geral.
Desenvolvimento de habilidades cognitivas
Atividades que promovem experiências de aprendizagem baseadas na natureza podem estimular a criatividade, a curiosidade, e também as habilidades de resolução de problemas em indivíduos autistas.
Exercícios que estimulam a observação de fenômenos naturais e a exploração de biodiversidade ajudam a promover a pesquisa científica e o pensamento crítico.
A introdução da educação ambiental em atividades terapêuticas melhora o desenvolvimento cognitivo, facilita a alfabetização ecológica e cria um senso de compreensão da gestão ambiental de forma geral.
Auxílio na formação de fatores que ajudam na independência
A participação de indivíduos com autismo em terapias ecológicas, pode promover a independência por meio da aquisição de habilidades que ajudam a lidar melhor com a vida cotidiana.
Isso ocorre, por exemplo, em tarefas em que se aprende a cuidar de plantas, jardins, se locomover em trilhas ao ar livre, se comunicar e interagir corretamente com animais. E sendo assim, os indivíduos autistas têm a possibilidade de desenvolver habilidades práticas que ajudam a aumentar sua autonomia e autoconfiança.
Estas experiências podem promover competências que capacitam os indivíduos a se deslocarem em diferentes ambientes de forma mais segura e significativa.
Considerando as opções de terapias abordadas anteriormente, e consequentemente os benefícios de suas aplicações em pessoas com autismo, podemos compreender que estas opções podem apoiar a saúde e o bem-estar deste público, e, ao mesmo tempo, promover uma ligação mais significativa com o meio ambiente.
Ao apoiar atividades terapêuticas que são ambientalmente sustentáveis, aproveitando o potencial terapêutico do meio ambiente, criamos oportunidades de apoio para pessoas com autismo e também ajudamos a propagar a educação ambiental.
Podemos compreender também que as terapias ecológicas para autistas, podem oferecer uma abordagem mais holística em apoio ao desenvolvimento e o bem-estar destas pessoas.
Cultivar um sentido de compreensão ambiental, associada a terapias que ajudam a capacitar os autistas a interagirem mais em suas comunidades, oferece também oportunidades de auxílio emocional em combinação com aspectos que salientam a importância da preservação ambiental que auxilia na saúde humana.
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