Por: Airton Noé Araujo da Silveira. (Eng. Ambiental)
22/02/2022
A relação dos pets com o meio ambiente
Cada animal é diferente e único, mas todos compartilham uma coisa em comum: Eles precisam de um lar. Os animais também fazem parte do nosso meio ambiente e sua preservação deve ser uma prioridade.
O lar natural dos animais, é o habitat natural em que todos os animais viviam, antes do desenvolvimento das grandes cidades e da sociedade moderna.
O tema dos animais de estimação pode ser discutido a partir da perspectiva de como os animais são preservados e protegidos, ou como os animais podem contribuir com o meio ambiente por meio de sua existência.
O uso de animais para fins de entretenimento é um tema controverso. Algumas pessoas acreditam que os animais não devem ser usados em circos e outras formas de entretenimento porque estão sendo explorados, abusados e negados de sua liberdade. No entanto, outros argumentam que o uso de animais para fins de entretenimento é uma parte importante de nossa cultura e tradição, dependendo dos costumes de cada país, e região.
Não devemos pensar nos animais de estimação como objetos ou propriedades, mas sim, como seres vivos que têm sentimentos e emoções assim como nós.
Animais de estimação são uma parte essencial de nossas vidas. Eles fornecem amor incondicional, companheirismo e apoio.
Imagem: O menino e o cavalo. Fonte: Airton Noé Araujo da Silveira.
Mas com o rápido crescimento da urbanização e da população, muitos animais de estimação, estão sendo abandonados nas cidades. A falta de planejamento e conhecimento sobre os animais a serem considerados de estimação, contribuem para que em determinados momentos, certas pessoas optem por abandonar os animais, na grande maioria das vezes, de forma irregular e sem considerações mínimas do bem-estar destes seres vivos.
O ambiente também está mudando rapidamente com as mudanças climáticas e os humanos estão invadindo os habitats dos animais. Isso levou a um declínio alarmante no número de espécies na Terra.
A caça é uma atividade ilegal em muitos países porque prejudica a continuidades de muitas espécies ameaçadas e perturba os ecossistemas que dependem desses animais para sobreviver. Além da caça ilegal que abate os animais, há também a venda deles para mercados que exploram estes seres para transforma-los em domésticos.
Além de fatores climáticos, ocupações territoriais para avanço de urbanização, mineração, exploração de recursos naturais, e outras atividades antrópicas da sociedade, o mercado ilegal de animais contribui para o aumento da extinção em massa de espécies.
Quantas espécies estamos perdendo?
Se existem:
– 100.000.000 de espécies diferentes na Terra
– e o índice de extinção é de apenas 0,01% ao ano
– pelo menos 10.000 espécies são extintas por ano
Para ilustrar o grau de perda da biodiversidade que estamos enfrentando, vejamos uma análise científica…
- A estimativa feita pelos especialistas é que a perda acelerada de espécies que presenciamos hoje está entre 1.000 e 10.000 vezes acima da taxa de extinção natural.*
- Esses especialistas calculam que entre 0,01 e 0,1% de todas as espécies são extintas por ano.
- Se considerarmos que a menor estimativa do número de espécies como verdadeira (isto é, que existem mais ou menos 2 milhões de espécies diferentes em nosso planeta**), isso significa que todo ano ocorrem entre 200 e 2.000 extinções.
- Porém, se a maior estimativa do número de espécies estiver correta (ou seja, que existem 100 milhões de espécies diferentes convivendo conosco em nosso planeta), então entre 10.000 e 100.000 espécies entram em extinção a cada ano.
Fonte: https://www.wwf.org.br
Imagem: Panorama do tráfico de animais silvestres: Brasil é um dos Países que mais exportam — Fonte: Arte/TG
A relação dos pets com as pessoas
Os animais de estimação fazem parte da sociedade humana desde o início dos tempos. Muitas pessoas em todo o mundo, possuem pets e boa parte delas, até considera seu animal de estimação como um membro da família.
Os pets são uma fonte de alegria e amor em nossas vidas. Crianças com animais de estimação têm níveis mais altos de autoestima e níveis mais baixos de ansiedade. Animais de estimação também proporcionam companhia para idosos e pessoas com doenças, como depressão e demência.
Pets são mantidos como companheiros e ajudam a aliviar a solidão de muitas pessoas.
Em boa parte da população em que há presença de donos de animais de estimação, ocorrem laços emocionais de ligação entre os animais e as pessoas.
Nunca devemos abandoná-los quando envelhecerem ou adoecerem. Eles merecem ser cuidados tanto quanto nós.
Os pets fazem parte da cultura humana há séculos e têm sido usados em pesquisas para entender o comportamento animal, testes de doenças e testes de cosméticos.
O tipo mais comum de pesquisa feita em animais de estimação são os estudos comportamentais que envolvem a observação de seus comportamentos quando recebem certos estímulos, como comida ou brinquedos.
Esses estudos podem ser usados para ajudar os cientistas a entender como os animais reagem a diferentes estímulos, para que possam tomar melhores decisões sobre o que é melhor para eles quando se trata de projetar seu ambiente ou até mesmo a maneira como devem ser alojados juntamente com os humanos.
Cuidar de animais de estimação não é apenas um hobby ou um privilégio. É uma responsabilidade importante que exige tempo e esforço por parte do proprietário. A falta de tempo para manter um pet em casa, de forma adequada e sadia, pode interferir no desenvolvimento do animal e na sua saúde.
Animais de estimação desempenham um papel importante em nossas vidas. Eles fornecem companheirismo e ensinam as crianças sobre empatia e compaixão.
O mundo dos animais de estimação é único, com uma história rica, tanto cultural quanto educacionalmente. No mundo ocidental, as pessoas sempre amaram seus animais de estimação, mas em certas partes do mundo, as atitudes em relação a essas criaturas podem ser bem diferentes.
O lar artificial criado para animais de estimação, podem até ser o local de alguns dos animais mais longevos do planeta. No entanto, sua capacidade de viver por períodos tão longos não significa que sua expectativa de vida seja melhor e mais saudável do que a de outros que estejam no habitat natural de origem.
Animais de estimação são uma parte significativa da vida de muitas pessoas. Eles fornecem companheirismo e amor, e podem ajudar a reduzir o estresse.
Imagem: O garoto e o cachorro. Fonte: Airton Noé Araujo da Silveira.
Um animal de estimação é o companheiro perfeito porque está sempre feliz em vê-lo, dá-lhe amor incondicional e nunca o julgará. Animais de estimação também têm a capacidade de ajudar a reduzir os níveis de ansiedade.
Os animais mais comuns de serem mantidos como animais de estimação, são os cachorros, gatos, pequenas aves, roedores e peixes, que são mais populares em todo o mundo.
Algumas pessoas podem preferir um tipo a outro com base em seu estilo de vida ou no tipo de animal que desejam em sua casa.
O mercado que visa atender os consumidores que possuem pets, movimenta valores altíssimos todos os anos, ajudando a movimentar a economia em todo o mundo, e está sempre em expansão, para providenciar recursos para os donos de animais tratarem e cuidares de animais de estimação.
Além de lojas físicas para venda de produtos para pets, há uma infinidade de lojas virtuais que é possível contatar e adquirir itens voltados aos animais, como alimentos, brinquedos, remédios, roupas, coleiras, etc.
Proteção a pets
Além de animais criados considerando finalidades de atender o mercado alimentício humano, os pets também são muitas vezes vítimas de maus tratos e negligenciados.
Cães e gatos abandonados, resgatados e apreendidos, decorrentes de más condições de abrigo, ou falta de alimentação adequada, e outros tipos de maus tratos, são continuamente registrados por meios de comunicação, que fazem um papel importante de registrar e também de denunciar tais acontecimentos.
É importante que toda a população saiba e seja consciente em relação a responsabilidade que existe de se ter um pet em casa.
O que você faria se visse pessoas maltratando animais? A maioria das pessoas ficaria chocada e iria para o extremo de telefonar para a polícia. Mas, você iria fazer algo mais do que isso?
Ao se deparar com uma situação em que se localiza algum animal em situação de maus tratos, é muito importante que o cidadão entre em contato com algum órgão responsável, como a polícia, ou secretarias de meio ambiente, para relatar a situação, e tentar fazer a diferença na vida deste animal que está sofrendo.
A falta de atitude de alguém que se omite ao perceber uma situação prejudicial aos animais, age como auxiliar da impunidade para que continue os crimes contra animais.
No Rio Grande do Sul, é possível contribuir com entidades de proteção animal, através do programa Nota Fiscal Gaúcha, que no momento do cadastramento no site, é possível indicar entidades do gênero para receberem recursos do governo por meio deste programa.
Imagem: Arte da campanha que vincula entidades de proteção animal, com o programa Nota Fiscal Gaúcha – Fonte: Divulgação Sefaz /www.estado.rs.gov.br
No Brasil, os animais de estimação não são considerados bens, mas sim seres vivos que precisam de cuidados e proteção. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é o órgão responsável pelo cumprimento dessa lei.
O IBAMA estabeleceu regras para posse de animais de estimação no Brasil:
– Os proprietários devem registrar seus animais de estimação no IBAMA;
– Animais de estimação devem ser supervisionados em todos os momentos;
– Os donos devem cuidar da alimentação, água, abrigo e cuidados veterinários do animal;
– Os proprietários devem ser capazes de prover o animal em caso de emergência ou desastre natural.
Quero criar um animal silvestre, o que preciso saber?
1) Primeira coisa que o cidadão deve ter em mente. Qual animal pretende criar?
Procure saber a espécie ou subespécie do animal. Não basta saber apenas o nome comum, como papagaio. Por exemplo, o papagaio brasileiro normalmente criado em cativeiro tem o nome cientifico de Amazona aestiva e possui restrições de criação e necessita de documentação. Por outro lado, o papagaio australiano (Nymphicus hollandicus), popularmente conhecido como calopsita, possui recomendações diferentes e não necessita de autorização específica para criação.
2) Segunda pergunta que o cidadão deve fazer. O que eu preciso considerar antes de adquirir um animal silvestre?
É preciso estar consciente que animais silvestres, de maneira geral, não apresentam alguns atributos, como sociabilidade e mansidão comuns aos animais domésticos. Animais silvestres e exóticos não são tão ‘apegados’ a contato humano. Algumas espécies podem se sentir mais seguras sem a presença de um ser humano. Por isso, é necessário ter muito cuidado na hora de interagir e manejar.
É importante considerar fatores como tempo de vida, alimentação adequada, tamanho do animal na idade adulta, necessidade de adequar os recintos e cuidados especiais como iluminação e aquecimento devem ser observados para não incorrer em maus tratos. Ademais, animais silvestres podem transmitir zoonoses como por exemplo febre amarela (sagui, macaco prego e porco espinho), salmonelose (répteis) e a psitacicose (papagaios, araras e periquitos).
Não adianta o interessado querer ter um animal ‘diferente’ se não sabe o que ele come, o ambiente onde vive. Tudo precisa ser levado em conta, e deve ser realizado uma pesquisa aprofundada sobre o animal antes de qualquer atitude de compra.
Outro ponto que deve ser observado é que o animal não pode ser abandonado. Além de crime, punível com multa, a espécie solta na natureza sem qualquer cuidado pode ocasionar problemas sérios as demais espécies que se encontram no local da soltura.
3) Como saber se o animal que eu quero criar precisa de autorização?
Para saber quais animais não precisam de autorização, acesse o site (www.ibram.df.gov.br). Ou seja, você não precisa de nenhuma documentação do órgão ambiental para criar. Lembrando que qualquer que seja o animal o órgão ambiental atua em casos de maus tratos.
4) O animal que eu pretendo criar não está na lista acima. E agora, o que eu preciso saber?
A única forma de possuir um animal silvestre legalizado é adquirir o animal de um criadouro ou estabelecimento comercial autorizado pelo Ibama ou pelo órgão estadual/distrital.
5) O animal que eu quero criar não está na listagem da pergunta 4. Eu posso comprar em outro estado e trazer para o DF?
Sim, você pode comprar de qualquer estado da federação ou mesmo importar um animal, desde que atendidas as normas ambientais em cada caso. Atente-se que nos casos de trânsito de animais silvestres o animal deverá estar acompanhado da nota fiscal, certificado de origem, autorização ambiental de transporte e Guia de Trânsito Animal – GTA.
Se o animal for adquirido do estado de São Paulo, clique aqui para checar a autenticidade da autorização de transporte. Se for adquirido de qualquer outro estado, clique aqui para checar a autenticidade do documento emitido pelo empreendimento.
6) Ao adquirir um animal silvestre de criadouro ou empreendimento autorizado, que documento eu devo receber?
Nota Fiscal contendo espécie e marcação do animal e Certificado de Origem com a mesma espécie e marcação da nota fiscal. Clique aqui para checar a autenticidade do certificado de origem.
7) O que mais eu preciso saber?
A propriedade de animais de estimação não autoriza a reprodução, a exposição à visitação pública ou qualquer finalidade diversa à de companhia.
8) E se eu quiser criar um passarinho?
No caso de animais silvestres nativos da ordem Passeriformes, como por exemplo curió, bicudo, sabiá, papa-capim e azulão, existe regulamentação específica para quem deseja manter ou criar em cativeiro. Para mais informações acesse o site Ibram.
Fonte: https://www.ibram.df.gov.br
Nunca devemos esquecer que os animais de estimação têm um lugar especial em nossos corações. Nós os amamos, e eles nos amam de volta. Por isso é indispensável uma relação de respeito e de amor com estes animais.