Por: Airton Noé A. da Silveira. – Eng. ambiental
26/09/24
As notícias sobre casos de queimadas no Brasil, aumentaram significativamente este ano, em função da preocupante situação que afeta diversas regiões, com destaque para o Pantanal e a Amazônia.
Os incêndios que estão acontecendo no país, podem ter origem em função de descargas elétricas de raios, e em boa parte dos casos, tem origem de ações humanas.
A fumaça dos incêndios que ocorrem no Brasil, consumindo os seus importantes biomas, se espalharam para vários estados, afetando de forma significativa a qualidade do ar, e interferindo também na quantidade de luz solar disponível em muitas regiões.
Fatores como a seca prolongada, contribui com a diminuição da umidade e o aumento das temperaturas no país, e dessa forma também favorece a propagação de focos de incêndio.
A influência de fenômenos climáticos, como o El Niño, também contribuem de forma relevante na alteração da quantidade de precipitação no Brasil, diminuindo a umidade disponível em todo grande parte do país.
A biodiversidade das regiões afetadas pelas queimadas, é gravemente impactada em função de que milhares de seres vivos são mortos pelas chamas, e tem seus habitats destruídos.
A Amazônia e o Pantanal, dois dos mais importantes biomas brasileiros, sofrem as piores queimadas dos últimos 20 anos.
Essa é a principal conclusão de um novo relatório publicado pelo Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (Cams, na sigla em inglês), uma agência que integra o programa espacial da União Europeia.
Fonte: BBC
Segundo a Cams, no período de 1º de janeiro até 19 de setembro de 2024, foram emitidos no Brasil cerca de 183 megatoneladas de carbono, que foram para a atmosfera.
Cerca de 65 megatoneladas de carbono emitidas, que foram registradas neste ano, teriam ido parar na atmosfera somente no mês de setembro, conforme se intensificaram as queimadas no país.
A fumaça dos incêndios florestais têm impactos que vão além das regiões onde acontecem as queimadas, em função de se deslocar por grandes distâncias com o auxílio do vento.
Este efeito de sombreamento das cidades em função da fumaça deslocada por todo o país recentemente, apresenta aspectos muito negativos para toda a biodiversidade, pois é uma prova de que muita biomassa está sendo queimada e transformada em gases, cinzas e material particulado.
Um levantamento realizado pela ONG WWF-Brasil observou que os biomas brasileiros haviam registrado um recorde nas queimadas ainda durante o primeiro semestre deste ano.
Segundo a instituição, o Pantanal e o Cerrado concentravam a maioria dos focos de incêndio no período — e os números de 2024 já superaram qualquer marca obtida desde o início das medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1988.
No Pantanal, o número de focos de incêndio durante os primeiros seis meses do ano foi 22 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023.
Já na Amazônia, esse crescimento de pontos de queimada foi de 76%, calcula a WWF-Brasil.
Fonte: BBC
Segundo o boletim #13 de combate aos incêndios florestais, de 25/09/24 do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Brasil está passando pela pior estiagem já registrada em 75 anos.
Ainda conforme este boletim:
E desde o início deste ano até 22 de setembro, já foram queimados 11.712.550 ha* da Amazônia, que representa cerca de 2,8% deste bioma.
Já no Pantanal, desde o início deste ano até 22 de setembro, foram queimados 2.014.850 ha* no Pantanal, que representa cerca de 13,4% deste bioma.
E no cerrado, desde o início deste ano até 22 de setembro, já foram queimados cerca de 12.345.075 ha* no Cerrado, e isso representa cerca de 6,22% do bioma.
Fonte: Inpe
Além das causas iniciais das queimadas, há um fenômeno de retroalimentação que agrava ainda mais a situação. As grandes plumas de fumaça geradas pelos incêndios podem formar nuvens especiais, conhecidas como pyrocumulonimbus (ou pyroCb), que resultam da intensa convecção gerada pelas queimadas. Essas nuvens têm a capacidade de provocar tempestades com raios, que, ao atingirem áreas secas, podem iniciar novos focos de incêndio, perpetuando o ciclo de queimadas.
Fonte: Terra
São diversos os problemas que têm origem nas queimadas pelo país, pois representam graves efeitos sobre o meio ambiente e a sociedade.
A seguir veremos uma relação destes efeitos das queimadas no país:
Perda de biodiversidade
Perda de habitats naturais
Perda de recursos naturais
Empobrecimento do solo
Destruição de espécies diversas e outras ainda não catalogadas
Destruição de comunidades em áreas afetadas
Aumento da poluição do ar com material particulado e CO2
Aumento de casos de doenças respiratórias
Aumento de doenças alérgicas
Poluição da água com o aumento de cinzas
Aumento de casos de chuva preta
Aumento de áreas com processo de erosão
Aumento de áreas com processo de desertificação
Aumento de gastos financeiros de combate aos incêndios
Aumento de gastos financeiros com a saúde da população
Aumento de gastos para salvar espécies da fauna local
Aumento de apropriação irregular de áreas
Destruição de terras indígenas
O governo mobilizou mais de 830 agentes federais, incluindo brigadistas e agentes da Força Nacional e das Forças Armadas. Há 15 aeronaves do Governo Federal envolvidas em operações de combate aos incêndios: 4 aviões e 3 helicópteros do Ibama e do ICMBio e 2 aviões e 6 helicópteros das Forças Armadas.
Fonte: WWF
Fontes: BBC / Terra / Gov.br / WWF
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